Que tempos difíceis esses em que
vivemos. Carregamos tantos problemas ditos modernos que perdemos completamente
o verdadeiro valor das coisas. Desde quando a empregada não vir trabalhar virou
tragédia familiar, ou melhor, nacional? O ser humano de hoje não sabe mensurar,
muito menos definir um verdadeiro problema e reclama, reclama, reclama.
Na verdade acho que nunca existiu problema
moderno. O que seria isso? Problema que vem em versão sete ponto três? Problema
“Ai” alguma coisa? O que existe é problema e ponto! O mundo ficou moderno, as
dificuldades não. E nós também não. De modernos temos pouco. Aliás, nos expomos
nas mídias sociais, mas não conseguimos desenvolver a mesma evolução na arte de
resolver nossa vida!
Aprendemos
outros meios de contar, mostrar, viver, e passar por nossas mazelas. Que mudam,
ok, mudam, mas sempre existiram em todos os tempos, qualquer época, moderna ou
passada. Já estava na hora de nós, animais pensantes e inteligentes que somos,
termos aprendido alguma lição. Mas, nada, tá dureza resolver, é drama na veia!
Desde quando morávamos nas cavernas,
vivenciamos situações de conflito. E imaginar que nossos problemas modernos já
foram sermos arrastados pelos cabelos para dentro do cafofo uga-uga. Se bem que
isso era prá lá de romântico! Não era exatamente um problema. Tá, então problema
era um ataque de mamutes. Ui, esse devia ser dos grandes!
No século 19, o grande problema
moderno eram aqueles vestidões: muitas saias! Afe! Não dá para imaginar a
Moreninha ou a Capitu - trabalhadas na última moda - apertadas para irem ao
banheiro! Gente, vamos ser honestos? Será que dava tempo de tirar tudo?!! E nesses anos dois mil, a pouca saia pode ser
problema pra muita gente também! Ou a falta dela. Mas daí, não é problema nosso
e desse, dizem, ser o mais antigo do mundo. Definitivamente não é moderno! E
nada mudou.
O fato é que cada problema, moderno
ou não, tem que ter seu real valor! Sempre bato na mesma tecla, para ver se também
entra na minha caixola... Mas o carteiro está em greve? Paciência! O filho não
fez a tarefa de casa e está matando aula? Dá uns cascudos nele! A empregada não
veio? Arregaça as mangas e segura no cabo da vassoura! É colega, a vida não é
bolinho, mas nunca foi mesmo! Será que em mil e quatrocentos Colombo esbravejou
ou foi ameaçado de ser demitido por não ter encontrado o caminho das Índias? Ou
comemorou achando as índias, lindas, leves e soltas e fez a primeira festa na
América?! Vai ver o cara adorou ter errado o caminho e fez uma limonada e
tanto! E aqui estamos todos nós para não deixarmos ele mentir!
Poderia agora citar o que são
problemas reais, de alto valor e carga emocionais, daqueles que precisaríamos
da cavalaria americana para nos salvar, daqueles pesados, de causar choros
convulsivos, tipo mexicano mesmo. Sim, eu sei que eles existem, todos sabemos. Mas
pra que né? Deixa que o secretário geral da ONU se preocupe com os detalhes
sórdidos... Já vai bastar se conseguirmos aprender a diferenciar, rotular,
taxar, calcular e mensurar os reveses da vida. Todos muito bem classificados,
de preferência em ordem de desespero. Numa escala de zero a dez. A escala
Richter dos problemas.
Bom humor! Arrá!! É o pulo do gato! Mas
que tal levar a vida com bom humor? Esse é um bom instrumento para ser usado na
avaliação dos problemas. Leveza na vida! Que mal há em fazer a Polyana? E por
que não? Garanto que tudo vai facilitar, e muito. Um sorriso, um riso e uma
gargalhada, uma trinca que, se não é a solução para os problemas, ajuda, aaa se
ajuda. Que mania que temos de pesar a mão e a dose. E haja saco, pra aguentar a
dose.
Tá com comida na mesa? Gozando de boa
saúde? Então tá reclamando de que? Tem família, amigos para ajudar? Então não
tem problema que valha a longa chatice das reclamações. Sejamos velhos, moços, antigos ou modernos
precisamos repensar! Estamos todos tão cosmopolitas, tão web alguma coisa, tão
feice, tuíter, e mais um monte de saiber atualidades, que não é possível que
ainda não tenhamos conseguido ser mais tranquilos em busca da paz para
aproveitar a vida. Afinal, estamos no mundo moderno.
Atenção ao horóscopo: dia ideal para
se livrar das coisas velhas para que possamos seguir mais leve. Ideal também
para tratamentos de desintoxicação em geral, tô falando de ranzinzices. Teremos
bons resultados, mas sem esquecer de rir muito e relaxar para repor as
energias, boas, é claro. A lua linda e prateada e o sol quente e brilhante
favorecem o prazer e as emoções. O pensamento positivo afetará sua mente e
vamos viver felizes! O ministério da boa vida adverte: classifique e mensure
seus problemas!
Excelente e verdadeira ,Problemas Modernos, que nada. Vamos em frente.Bj
ResponderExcluirNovamente estas de parabéns. Bj
ResponderExcluirDani. Parabéns por mais um tema atual e pouco referenciado !E, engraçado,mastu me deste a hipótese, de pensar como havia dificuldade das mulheres do séc. XIX,para fazerem as coisas mais triviais! Só em pensar no inverno ,qdo usamos mais roupas, imagino-as "descascando as cebolas " de roupas , em todas as estações do ano! Coitadas ! E nós nos queixando, ainda!
ResponderExcluirEsta crônica mostra bem a Dani que conheço, sempre positiva ,bem humorada , mesmo diante de um problema !Quem me dera, que todos tivéssemos esta calma para reagir como tu,Dani! Continúa assim, não é fácil! Parabéns pela crônica! Bjs Vera
Muito obrigada Vera!! Fico muito feliz que você esteja curtindo as crônicas! Beijos!!
ExcluirNota 1000 amiga!! O horóscopo no final fechou com chave de ouro, ou melhor, abriu com chave de ouro a arca da felicidade. Beijos, Camila
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